As primeiras notícias acerca das terras onde hoje se situa o município de Três Corações datam de 1737, quando Cipriano José da Rocha, ouvidor de São João Del Rey, informa que, quando de passagem pela região, encontrou roças e catas de mineração na região da Aplicação do Rio Verde. Por volta de 1760, o português Tomé Martins da Costa se estabelece na barranca direita do Rio Verde, embriagado pelo ouro abundante existente em suas lavras. Após adquirir novas terras, constrói a fazenda do Rio Verde e manda erigir uma capela sob a invocação dos Santíssimos Corações de Jesus, Maria e José. 

No ano de 1764, de passagem pela região em viagem de inspeção e demarcação de limites, o Governador de Minas Gerais , D. Luiz Lobo Diogo da Silva, visita Tomé em sua fazenda, encontrando alguns casebres ao redor da capela. 

Em 1790, o Capitão Domingos Dias de Barros, genro de Tomé Martins da Costa, pede licença para construir uma ermida no lugar da antiga capela, que é inaugurada em 1801, tendo seu altar-mor trabalhado pelo mestre Ataíde. 

Em 14 de julho de 1832 é instalada a Freguesia dos Três Corações do Rio Verde e a paróquia dos Três Sacratíssimos Corações. Em 6 de setembro de 1860, grandes comemorações na elevação a Vila da Freguesia dos Três Corações do Rio Verde e na inauguração da Igreja Matriz. Em 1873, o Presidente da Província de Minas Gerais sanciona Lei incorporando à Vila o território pertencente a Freguesia. 

O grande passo para o pleno desenvolvimento do município seria entretanto dado no ano de 1884, quando a Vila recebe a visita do Imperador D. Pedro II e a Família Imperial, para a inauguração da estrada de ferro Minas & Rio. Inaugurada oficialmente em 22 de junho deste ano, fazia a conjunção entre a Vila e a cidade de Cruzeiro, no estado de São Paulo. A repercussão desta visita foi de tamanha relevância que, três meses depois, em 23 de setembro de 1884, a Vila seria emancipada, sendo elevada a categoria de cidade. Em 1889, a cidade ganharia o seu primeiro jornal, o Mineiro do Sul. Outro fator preponderante na expansão e progresso do município, seria a inauguração, em 1900, da Feira de Gado, em sua época a mais importante do país. 

Por força da Lei nº 843, datada de 7 de setembro de 1923, Três Corações do Rio Verde passa a denominar-se apenas Três Corações.


Origem do nome - Três Corações 

Existem três diferentes versões para a origem toponímica do município:

Conforme o historiador mineiro Alfredo Valadão, o nome da cidade originou-se das voltas que o Rio Verde realiza ao redor da cidade. As tais voltas, vistas de um panorama aéreo, são percebidas como formas que se assemelham a três corações. 

Uma versão não tão histórica, mas extremamente poética conta que três boiadeiros, vindos de Goiás, renderam-se aos encantos de três moças da localidade. Jacyra, Jussara e Moema despertaram o amor dos três boiadeiros e conquistaram os três corações. 

Hoje oficialmente aceita, a terceira versão descreve que Tomé Martins da Costa , o fundador da cidade, ao construir a 1ª Capela no arraial, em 1761, consagrou-a aos Santíssimos Corações de Jesus, Maria e José. 

Formação Administrativa 

O distrito de Três Corações do Rio Verde deve sua criação ao decreto datado de 14 de junho de 1832. A Lei Provincial nº. 3.197, de 23 de setembro de 1884, criou o Município com denominação de Três Corações do Rio Verde e território desmembrado de Campanha, tendo-se verificado a instalação a 10 de julho de 1885. Em virtude da Lei Provincial nº. 3.387, de 10 de julho de 1886, elevou-se a categoria sede do município e também do distrito, que teve sua criação confirmada pela Lei Estadual nº. 2, de 14 de setembro de 1891. Por força da lei nº. 843, de 1923, o município passou a denominar-se simplesmente TRÊS CORAÇÕES. 

Fonte: Prefeitura Municipal de Três Corações